Pois é paizinho!!!

Aqui estou eu a te escrever, cheia de  inveja  por  todos aqueles que tem o privilégioe e a felicidade de  poder dar  um  grande abraço neste dia que denominaram como sendo teu dia.
Imagino a felicidade  que  eles sentem ao  ficarem  pelos cantos  se escondendo e  planejando qual  o presente  que vão te dar.
E  quando  chega a hora então de te  presentear, quanta felicidade!
Vão poder  te abraçar, te  beijar, te  dizer  o quanto tu és importante na vida deles e como é 
bom  tu  estar  ali  "presente" para  poder  ver tamanha felicidade.

Pois é meu paizinho!!!

Eu aqui fico apenas te escrevendo.
Está bem! 
Eu sei que vivestes por longos anos.
Foram  noventa  e  quatro  anos, onze  meses  e dezesseis dias.
Eu sei  paizinho  que para  muitos tivesse vida longa, mas para mim foi muito pouco, eu não vivi por todo esse tempo a teu lado.
Tiveste  infância, tua adolescência e já homem feito, aos vinte e seis anos te casastes com minha linda  mãe, só aí paizinho  quantos  anos somaram  em tua vida que eu não estava  presente, porque  eu  não era ainda nem projeto de gente.
Ao  te  apaixonar  por  minha  mãezinha, honrastes  teu juramento!
Tiveram o primeiro mano e eu nada  de vir, o segundo, o terceiro, o quarto, puxa vida e eu ainda nada de chegar! 
Ainda veio o quinto, o sexto... 
Até que enfim! 
Chegou minha vez.
Depois de mim ainda vieram mais cinco  manos e 
a todos tu tratavas com muito amor. 
Nunca levantaste a mão  para  nos bater, foste 
um pai maravilhoso e naquele teu jeito de espanhol meigo e suave nos orientava para uma vida de bem.
E por isso paizinho que te digo, foi muito pouco o “tempo” que a teu lado  vivi.
Porque não ficaste só mais um pouquinho conosco?
Quando a mamãe se foi, ninguém mais te segurou!
Lá  foste  tu  atrás  dela, não suportaste viver separado do teu amor e partiste também.
Sabe paizinho! 
Deixaste aqui onze corações partidos de dor...

 Eu sei! A vida continua,
e eu preciso aceitar.
Mas paizinho que saudade
eu tenho do teu olhar!
Que era puro e límpido
Como à nascente de um rio.

A tardinha, quando à casa retornava.
Cansado do teu trabalho,
lenha tu carregava
para conservar o fogo
onde mamãe cozinhava
para nos alimentar.

Me lembro ainda...
que preparavas a cuia
para o teu mate sorver.
E assim sentado ao pé do fogão
pegava um filho no teu colo
e no outro passava a mão.

Lembro-me ainda,
nos prometia uns centavos
para sua cabeça coçar,
era a forma que encontravas,
sem deixar nenhum para trás,
todos nós tu querias agradar.

Meu paizinho querido
quanta saudade me dá,
mas tu quiseste partir
para a mamãe encontrar.
Só o que nos restou,
com tristeza “aceitar”.

Hoje paizinho querido
ao lado dela sei que estás,
e os dois aí juntinhos
são dois lindos velhinhos
que até além da vida
continuam a se amar.

Olhe paizinho amado,
por teus filhos que ficaram
pode ter toda certeza,
se somos gente do bem
foi porque tu nos criaste
com todo amor e bondade.

Hoje a minha homenagem
é todinha para você.
Mas lembre-se meu paizinho,
vou amar-te para sempre
e também os meus irmãos
vão te amar até morrer.

Queria dizer-te muito
pois muito tenho a dizer,
mas vou me contentar com o pouco
que eu escrevi só para você.
Dizendo apenas, “TE AMO”.
Pai querido um dia vou te rever!

Quero desejar a todos os pais que hoje podem comemorar o seu dia, que sejam muito felizes ao lado de seus filhos. 
Mas  quero  principalmente  dedicar  esta  homenagem  aos filhos que como eu, hoje só podem lembrar-se de seus pais.
Que DEUS os abençoe.
Um beijo nos seus corações.

                                 Novelasco